


chegamos em gangotri, a cidade estava praticamente deserta.
ficamos sabendo que era uma cidade que só abria no dia 28 de abril, pois antes disso, tudo é coberto de neve.
era dia 26, não tinhamos internet, nem telefone, e a luz era por gerador, o qual funcionava só até as 10 da noite.
os indianos se preparavam para a festa dos deuses das montanhas, arrumando tudo, alguns percorriam os 100 km de subida de montanha a pé, com instrumentos, devocionando suas rezas e cantos. o lugar era lindo, a cidade limpa.
plantações de maçã floridas, e a montanha com coníferas gigantescas.
no primeiro dia passeamos entre as coníferas, e conversamos a respeito de ir até a nascente do ganges. todos nos desencorajando, e eu lamentando muito. Ficamos sabendo que precisava de uma autorização, que tinha que ter sido pega na cidade anterior, e isso seria impossível agora.
já a noite, qdo minhas esperanças ja tinham sido entregues aos deuses indianos, encontramos com luciano e roger (brasileiros que viajaram conosco durante uns dias), empolgados nos convidando para ir com eles, que iam sem autorização mesmo. eram 18 km de ida e 18 km de volta. e fomos felizes. ao lugar mais sagrado da índia, eu de all star, frutas secas, chocolate, e otras cositas más.
a ida foi tranquila, mas muito longa. caminhávamos entre penhascos, montanhas nevadas, caprinos chifrudos selvagens, na contra-mão do rio. alguns poucos sadus, um acampamento do rotary, que se soubessemos que existia teriamos dormido lá, e a viagem teria sido leve.
qdo avistei de longe a "boca da vaca", gaumuck, achei que era uma pedra azul, cyan, e chegando perto, deparei com uma pedra de gelo gigante, da cor mais incrível, os meninos chegaram antes, e já estavam ali, se renovando na nascente do ganges. estava calor apesar do gelo, tinha sol, o céu era azul. era perigoso chegar muito perto, porque rolavam pedras de gelo o tempo todo. a montanha estava em processo de desgelo. a água infinita brotava por debaixo dela.
uma jóia cravada entre os himalayas, uma jóia cravada no planeta terra.
e continua jorrando agora e sempre, nascendo limpo correndo por 2.500 km morrendo poluído no mar de blangadesh.
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